sexta-feira, 1 de agosto de 2014

11° Capitulo (3p) - Cidades de Papel

Chegamos ao trecho em obras. A rodovia afunila para uma pista só e ficamos presos atrás de um caminhão articulado que segue precisamente no limite de velocidade de sessenta quilômetros por hora.
Lacey é a melhor motorista para a situação; eu teria ficado batendo no volante, mas ela apenas conversa tranquilamente com Ben, até que finalmente se vira e diz:
— Q, preciso muito ir ao banheiro, e a gente está perdendo tempo aqui atrás deste caminhão de qualquer forma.
Faço que sim com a cabeça. Não posso culpá-la. Eu teria obrigado a gente a parar há muito tempo se não pudesse mijar em uma garrafa. Era muito heroico da parte dela aguentar por todo aquele tempo.
Ela entra com o carro em um posto vinte e quatro horas, e saio para esticar as pernas dormentes. Quando Lacey volta correndo para a minivan, estou no banco do motorista. Nem sei como acabei sentado ali, nem por quê. Ela se aproxima da porta da frente e me vê. A janela está aberta.
— Eu posso dirigir — digo.
O carro é meu, afinal de contas, e a missão é minha. Ela responde:
— Sério? Tem certeza?
— Tenho, tenho. Tranquilo — respondo, e ela simplesmente abre a porta de correr e se deita no banco atrás de mim.

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