sexta-feira, 1 de agosto de 2014

13° Capitulo (3p) - Cidades de Papel

De dois em dois minutos, Radar diz:
— Vocês se lembram daquela vez em que a gente ia morrer com certeza, e aí Ben agarrou o volante e desviou de uma vaca gigantesca, o carro saiu girando feito uma xícara da Disney e a gente não morreu?
Lacey se inclina para o lado oposto da cozinha, a mão no joelho de Ben, e diz:
— Você é um herói, sabia? Eles dão medalhas por esse tipo de coisa.
— Já falei e vou falar de novo: eu não estava pensando em nenhum de vocês. Eu. Só. Queria. Me. Salvar.
— Seu mentiroso. Seu mentiroso fofo e heroico — diz ela, plantando um beijo na bochecha dele.
— Ei, gente — chama Radar —, vocês se lembram daquela vez em que eu estava preso por dois cintos de segurança no último banco do carro e a porta abriu, entornando toda a cerveja, mas eu saí completamente ileso? Como é possível?
— Vamos brincar de “Adivinhação Metafísica” — diz Lacey. — O que é, o que é… o coração de um herói, um coração que bate não por si, mas pela humanidade como um todo?
— EU NÃO ESTOU SENDO MODESTO. EU SÓ NÃO QUERIA MORRER! — grita Ben.
— Vocês se lembram daquela vez, na minivan, há vinte minutos, quando a gente, sabe-se lá como, não morreu?

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